Por mais que muita gente fuja desse assunto, relatórios financeiros não são só burocracia ou coisa de contador. São ferramentas que colocam o controle do negócio nas suas mãos.
Os relatórios mostram se você está ganhando dinheiro de verdade, se as despesas estão sob controle e se uma ideia de expansão da empresa realmente cabe no seu orçamento.
Sem eles, qualquer decisão se torna um risco financeiro.
Mas calma, criar relatórios financeiros não precisa ser complicado.
Preparamos um manual de como fazer relatórios que funcionam, quais são os tipos mais importantes e como evitar os erros que muitos empreendedores cometem.
O que é um relatório financeiro?
Relatório financeiro documento que mostra como o dinheiro de uma empresa está sendo usado, de onde ele vem e para onde está indo. Normalmente, ele é usado para:
- monitorar entradas e saídas para saber o que foi recebido e o que foi gasto em um período;
- identificar a lucratividade, ao mostrar se as receitas estão realmente maiores que os custos;.
- controlar o fluxo de caixa, garantindo que sempre haja dinheiro disponível para despesas diárias e investimentos;
- avaliar a saúde financeira com informações sobre bens, dívidas e patrimônio líquido;
- tomar decisões mais seguras com base em dados reais e organizados, sem depender de achismos.
- cumprir obrigações legais e fiscais, fornecendo dados para auditorias e fiscalizações.
Um relatório financeiro só é útil se os dados forem exatos e atualizados. Erros ou informações antigas podem comprometer decisões e gerar problemas no futuro.
Quais são os tipos de relatórios financeiros?
Cada tipo de relatório atende a uma necessidade específica e fornece uma visão diferente sobre as finanças do negócio. Abaixo, estão os principais tipos de relatórios financeiros e suas características.
Relatório de fluxo de caixa
O fluxo de caixa apresenta todas as entradas (receitas) e saídas (despesas) de dinheiro em um determinado período.
Ele detalha as operações financeiras, permitindo visualizar com clareza de onde vem o dinheiro e para onde ele está sendo direcionado.
Demonstração de Resultados (DRE)
A DRE é um relatório contábil que apresenta as receitas, custos e despesas de uma empresa em um período específico, que gera o cálculo do lucro ou prejuízo líquido.
Existem 4 passos simples para criar a DRE. Segundo cada etapa, é possível avaliar a lucratividade do negócio e identificar quais fatores impactam seu desempenho financeiro.
Balanço patrimonial
O balanço patrimonial é um relatório que apresenta a posição financeira de uma empresa em um momento específico. Ele é estruturado em três categorias principais:
- Ativos: bens e quantias que a empresa possui (caixa, imóveis, estoque, etc.);
- Passivos: obrigações financeiras, como dívidas e contas a pagar;
- Patrimônio líquido: valor contábil da empresa que é a diferença entre ativos e passivos.
Esse relatório reflete a saúde financeira do negócio ao mostrar se os ativos são suficientes para cobrir as obrigações e qual é o valor real do patrimônio.
Relatórios de indicadores financeiros
Os relatórios de indicadores financeiros apresentam os principais KPIs (Key Performance Indicators) que medem o desempenho econômico e operacional do negócio. Entre os indicadores mais utilizados estão:
- EBITDA: lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, que reflete o resultado operacional da empresa;
- Margem de lucro: percentual de lucro sobre as receitas totais, indicando a eficiência da operação;
- Endividamento: relação entre o capital próprio e o capital de terceiros, mostrando o nível de risco financeiro da empresa.
Esses relatórios ajudam a monitorar o desempenho ao longo do tempo, identificar problemas ou oportunidades e comparar resultados com concorrentes e metas.
Relatórios gerenciais
Os relatórios gerenciais são elaborados para atender às necessidades da gestão da empresa.
Diferentemente dos relatórios contábeis, que seguem padrões rígidos, os gerenciais têm foco na análise estratégica e são adaptados para fornecer insights práticos.
Eles podem combinar dados financeiros com informações operacionais para fornecer uma visão mais ampla sobre a performance do negócio.
Exemplos incluem análises de custos por setor, projeções de receitas e desempenho de metas específicas.
Por que os relatórios financeiros são importantes?
Relatórios financeiros não existem para juntar poeira na gaveta ou ser apenas uma formalidade contábil. A seguir, vamos entender onde eles fazem a diferença.
Tomada de decisão
Relatórios são usados por gestores e investidores para tomar decisões estratégicas com base em informações reais.
Eles mostram a situação financeira da empresa, o desempenho das operações e a viabilidade de novos investimentos.
Monitoramento do desempenho
Empresas utilizam os relatórios para acompanhar os resultados ao longo do tempo e identificar áreas que precisam de ajustes.
Eles funcionam como um termômetro financeiro, revelando o crescimento, a eficiência dos processos e os setores que estão performando abaixo do esperado.
Conformidade e transparência
Relatórios financeiros garantem que a empresa cumpra normas contábeis e evitem problemas fiscais ou jurídicos.
O balanço patrimonial, por exemplo, precisa bater com normas contábeis para evitar problemas fiscais.
Comunicação com stakeholders
Os relatórios são a principal forma de comunicar a situação financeira para stakeholders, como investidores, bancos e fornecedores.
Eles servem como uma apresentação clara e objetiva do desempenho e da estabilidade da empresa, ajudando a conquistar confiança e a facilitar negociações.
Quais são as etapas para criar um relatório financeiro?
A pior forma de criar um relatório financeiro é começar sem método e sem seguir etapas bem definidas. Confira o nosso passo a passo:
Definir o objetivo do relatório
Você precisa responder uma pergunta básica antes de abrir qualquer planilha ou software: por que estou fazendo esse relatório? Parece óbvio, mas definir o objetivo vai ditar tudo o que vem depois.
Se o foco é apresentar os resultados para investidores ou para a diretoria, o relatório precisa ser mais direto, visual e com os principais indicadores destacados.
Um sócio não quer (nem precisa) ver todas as notas fiscais detalhadas, ele quer um resumo claro do que está acontecendo com o negócio.
Coletar dados financeiros
Depois de saber o que quer mostrar, vem a parte mais “mão na massa”: coletar os dados financeiros.
E olha, organização aqui é tudo. Se você não usar boas ferramentas, corre o risco de se perder em um mar de papéis, recibos e planilhas bagunçadas.
O mais importante é garantir que os dados estejam corretos e atualizados. Números errados ou incompletos vão comprometer o relatório e, pior, levar a decisões equivocadas.
Então, revise tudo! Confirme as receitas, cheque os gastos e veja se não ficou nada de fora.
Organizar os dados
Com as informações coletadas, agora é hora de organizar tudo para que faça sentido. Nada de jogar todos os números em uma planilha e achar que está pronto.
O segredo aqui é categorizar os dados de forma clara e lógica. Isso ajuda tanto quem está lendo quanto quem vai analisar.
As principais categorias são:
- Receitas: é tudo o que entra de dinheiro. Inclui vendas, prestação de serviços, juros recebidos, entre outros;
- Despesas: aqui vão todos os gastos: salários, aluguel, contas de luz, fornecedores e até os pequenos gastos do dia a dia precisam ser registrados;
- Ativos: são os bens e recursos que têm valor, como imóveis, estoque, máquinas ou até o dinheiro em caixa;
- Passivos: são as obrigações financeiras, ou seja, as contas a pagar, como empréstimos, dívidas com fornecedores e outros compromissos pendentes.
Organizar os dados dessa forma vai facilitar muito na hora de analisar as informações, porque você consegue enxergar rapidamente onde estão os problemas e as oportunidades.
E, claro, um relatório organizado também impressiona qualquer público. Ninguém quer perder tempo procurando informação no meio de um documento bagunçado.
Analisar os dados
Agora chegamos à parte de entender o que os números estão dizendo. De nada adianta coletar e organizar os dados se você não analisar o que eles significam. É aqui que o relatório ganha vida e se transforma em uma ferramenta para tomar decisões.
A análise financeira vai te mostrar várias coisas:
- Sua empresa está dando lucro?
- Onde você está gastando demais?
- Quais áreas estão performando melhor?
- Existe alguma tendência que precisa ser corrigida ou aproveitada?
Para deixar tudo mais claro, você pode usar alguns indicadores financeiros, como:
- margem de lucro: mostra se as vendas estão realmente trazendo retorno. É calculada comparando o lucro com a receita;
- liquidez: indica a capacidade de pagar as contas no curto prazo;
- rentabilidade: avalia se os investimentos estão dando o retorno esperado.
Uma boa análise mostra onde a empresa está e o que precisa ser feito para melhorar.
Se você identificar que está gastando muito com uma área específica ou que a receita caiu em um determinado mês, já dá para pensar em soluções estratégicas.
Revisar e validar
A revisão e validação são etapas fundamentais para garantir que o relatório está correto, claro e faz sentido para quem vai usar.
Afinal, um número trocado ou uma informação fora do lugar pode gerar interpretações erradas e até prejuízos.
Nessa etapa, você deve:
- revisar os cálculos;
- checar a consistência;
- analisar a apresentação dos gráficos e tabelas.
Se possível, peça para alguém de confiança revisar o relatório. Um novo olhar pode encontrar erros que você deixou passar.
Criar o relatório
Agora que os dados foram revisados e estão prontos, chegou o momento de transformar tudo isso em um relatório final. A escolha do formato faz toda a diferença:
- PDF: ideal para relatórios que precisam ser enviados por e-mail ou apresentados para a diretoria. É prático, seguro e mantém o layout intacto;
- planilha: excelente para quem precisa de algo dinâmico e detalhado. No Excel ou Google Sheets, você pode adicionar fórmulas, filtros e permitir que outros façam edições ou análises adicionais;
- dashboards: se você quer algo mais moderno e visual, usar dashboards em ferramentas como Power BI ou Google Data Studio pode ser uma ótima ideia.
Agora que você escolheu o formato, é hora de estruturar o conteúdo. Um bom relatório financeiro costuma seguir a seguinte lógica:
- Introdução: explique brevemente o objetivo do relatório e o período analisado (exemplo: relatório financeiro de janeiro a junho de 2025);
- Resumo dos principais resultados: traga os números mais importantes e o que eles significam;
- Detalhamento das receitas e despesas: mostre de onde vem o dinheiro (receitas) e para onde ele está indo (despesas), sempre de forma organizada e categorizada;
- Análise e indicadores: apresente os principais indicadores financeiros e suas interpretações, como margem de lucro, liquidez e rentabilidade;
- Conclusão e próximos passos: resuma os insights do relatório e, se necessário, apresente sugestões de ações, como cortes de custos ou novos investimentos.
Lembre-se: um relatório bem feito não é só bonito de ver, mas também facilita a interpretação e a tomada de decisões.
Quais são as melhores ferramentas para criar relatórios financeiros?
Esqueça papel e caneta: criar relatórios financeiros hoje em dia é uma questão de usar as ferramentas certas.
Quase todas as etapas podem ser automatizadas, o que significa menos erros, menos dor de cabeça e muito mais tempo economizado.
Continue a veja uma lista dos melhores tipos de ferramentas para usar na rotina de criação de relatórios financeiros.
Softwares de gestão financeira
Softwares como QuickBooks, Conta Azul e Totvs são feitos para centralizar todas as informações financeiras em um só lugar.
Eles organizam entradas, saídas, contas a pagar e a receber, além de gerar relatórios automaticamente com base nos dados cadastrados.
Ferramentas de BI (Business Intelligence)
Para relatórios visuais e mais complexos, ferramentas como Power BI e Tableau são imbatíveis. Elas transformam grandes volumes de dados em gráficos interativos e dashboards personalizados.
Planilhas
Para relatórios mais simples ou empresas menores, ferramentas como Excel e Google Sheets ainda são excelentes opções.
São programas que permitem organizar dados manualmente, criar fórmulas e montar gráficos básicos para apresentar resultados.
Quais são os erros comuns e como evitá-los?
Dados errados, informações demais ou falta de padrão podem deixar tudo confuso e prejudicar a tomada de decisões.
Para evitar essas ciladas, é importante saber onde você pode tropeçar. Vamos direto aos erros mais comuns e como fugir deles.
Dados incompletos
Um relatório só é útil se os números estiverem certos. Dados incompletos ou errados podem distorcer completamente a visão do negócio e levar a decisões equivocadas.
A solução? Sempre revise tudo antes de finalizar o relatório. Erro não é uma opção!
Falta de padrões
Em um relatório sem padrão de apresentação, ninguém entende nada.
Quando gráficos, tabelas e textos não seguem um formato consistente, o leitor se perde e pode interpretar os números de forma errada.
Adote um padrão visual claro e organizado: use sempre o mesmo estilo para títulos, gráficos e categorias.
Excessos
Colocar informação demais no relatório não ajuda ninguém. Dados desnecessários ou páginas intermináveis só deixam tudo mais confuso. O segredo é manter o foco no que realmente importa.
Desatualização
Decisões estratégicas precisam ser baseadas em informações recentes. De nada adianta analisar um fluxo de caixa de seis meses atrás quando o cenário atual já mudou completamente.
Usar dados precisos, apresentação organizada, foco nas informações essenciais e atualizações frequentes são os pilares para bons relatórios financeiros. No final, é isso que ajudará sua empresa na hora de tomar decisões.
Agora que você já sabe a importância de criar um relatório financeiro detalhado, coloque em prática o que aprendeu neste conteúdo e crie relatórios incríveis em 2025.
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