Dados Sensíveis: O que são e como gerenciar informações pessoais com responsabilidade

De acordo com a LGPD, são considerados dados sensíveis: informações que revelem a origem racial ou étnica, convicções religiosas, opiniões políticas, filiação a sindicatos ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político. Além de dados referentes à saúde ou à vida sexual e dados genéticos ou biométricos quando vinculados a uma pessoa natural.
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Em meio à era digital, a proteção de dados pessoais se tornou uma preocupação primordial.

No Brasil, ela foi institucionalizada com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que estabelece diretrizes rigorosas sobre o tratamento de informações pessoais.

Entenda o que são dados sensíveis?

De forma resumida, os dados sensíveis englobam aspectos como origem racial, convicções religiosas, opiniões políticas e outros elementos que demandam um cuidado redobrado e, em alguns casos, consentimento específico para sua guarda e uso.

Com o avanço constante da tecnologia e o aumento do comércio eletrônico, a necessidade de salvaguardar tais informações tornou-se ainda mais imperativa.

A segurança dos dados abrange uma gama de práticas e ferramentas, desde a criptografia até a autenticação multifatorial, essenciais para proteger os consumidores no vasto mundo online.

Para e-commerces, medidas adicionais como conformidade com normas específicas e auditorias regulares são vitais, reiterando a essencialidade de garantir a privacidade e segurança em todos os âmbitos digitais.

Descubra, neste artigo, a importância da proteção de dados pessoais no mundo digital e entenda como a LGPD e as práticas de segurança influenciam sua experiência online.

Confira!

O que a LGPD fala sobre os dados sensíveis?

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), Lei nº 13.709/2018, define e estabelece regras sobre o tratamento de dados pessoais, incluindo a categoria dos dados sensíveis.

De acordo com a LGPD, são considerados dados sensíveis:

●      informações que revelem a origem racial ou étnica;

●      convicções religiosas;

●      opiniões políticas;

●      filiação a sindicatos ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político;

●      dados referentes à saúde ou à vida sexual;

●      dados genéticos ou biométricos quando vinculados a uma pessoa natural.

Além disso, a legislação estabelece que o tratamento de dados sensíveis só pode ser realizado nas seguintes hipóteses:

●      com o consentimento específico e em destaque do titular, para finalidades específicas;

  • sem consentimento em casos específicos como, por exemplo, cumprimento de obrigação legal e visando a proteção da vida.

É importante notar que, mesmo nas situações em que o tratamento e a classificação de dados sensíveis é permitido às entidades e as empresas devem adotar medidas adicionais de proteção para garantir que esses dados sejam mantidos de forma segura e confidencial.

Além disso, a LGPD traz uma série de princípios que devem nortear as atividades de tratamento de dados, incluindo os seguintes princípios:

●      finalidade: tratamento para propósitos legítimos, específicos, explícitos e informados ao titular;

●      adequação: compatibilidade do tratamento com as finalidades informadas ao titular, de acordo com o contexto do tratamento;

●      necessidade: limitação do tratamento ao mínimo necessário para realização de suas finalidades.

●      livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre a integralidade de seus dados pessoais;

●      qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a necessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento;

●      transparência: garantia, aos titulares, de informações claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tratamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os segredos comercial e industrial;

●      segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou difusão;

●      prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;

●      não discriminação: impossibilidade de realização do tratamento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;

●      responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de comprovar a observância e o cumprimento das normas de proteção de dados pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.

A LGPD destaca a natureza delicada dos dados sensíveis e, consequentemente, estabelece que a guarda e uso desses dados devem seguir rigorosamente os princípios. 

Destaca-se os princípios de finalidade, adequação e necessidade como bases para lidarmos com tal categoria de dados.

Isso significa que empresas e entidades que coletam, processam e armazenam esses tipos de dados devem adotar protocolos de segurança mais robustos, garantindo a privacidade e proteção dos titulares desses dados.

A não conformidade pode resultar em sanções significativas, tornando essencial para as organizações entenderem e cumprirem essas diretrizes.

Quais medidas de segurança podem ser adotadas para proteger dados sensíveis?

Proteger dados sensíveis é uma tarefa crucial para organizações, especialmente com o avanço das legislações sobre proteção de dados pessoais, como a LGPD no Brasil.

Para isso, existem diversas medidas de segurança que podem ser implementadas para garantir essa proteção. Vamos discutir algumas das principais a seguir.

Criptografia

A criptografia protege os dados em dois cenários distintos: quando armazenados e durante sua transmissão.

A criptografia de dados em repouso salvaguarda as informações em dispositivos ou na nuvem, impedindo leituras não autorizadas mesmo se houver um acesso indevido.

Já a criptografia de dados em trânsito protege os dados em movimento, evitando interceptações em redes potencialmente vulneráveis.

Ambas são essenciais para a segurança total dos dados.

Autenticação em duas ou mais etapas (2FA ou MFA)

É uma técnica de segurança que requer que o usuário forneça dois ou mais diferentes tipos de informações para autenticar sua identidade ao acessar uma conta ou sistema.

Esta é uma camada adicional de segurança destinada a garantir que pessoas que desejam acessar um serviço digital sejam realmente quem afirmam ser.

O Múltiplo Fator de Autenticidade é uma garantia do acesso digital do usuário.

Firewalls

Atuam como barreiras entre uma rede interna e fontes externas potencialmente maliciosas, filtrando o tráfego de entrada e saída com base em um conjunto definido de regras de segurança.

Políticas de acesso restrito

Garantem que apenas os indivíduos apropriados tenham acesso a informações sensíveis.

O acesso pode ser baseado em funções ou responsabilidades específicas.

Gestão de senhas

Políticas fortes de criação e renovação de senhas, armazenamento seguro (por exemplo, usando gerenciadores de senhas) e treinamento regular dos funcionários são fundamentais.

Antivírus e antimalware

Softwares que detectam, previnem e removem software malicioso, como vírus, worms,  ransomware e qualquer outro tipo de malware malicioso.

Segurança física

Proteção de servidores e outros equipamentos com controles como câmeras de segurança, travas, controle de acesso biométrico e alarmes.

Backup regular e planos de recuperação de desastres

Asseguram que, em caso de falhas ou ataques cibernéticos, os dados possam ser restaurados rapidamente a partir de cópias de segurança.

 

Monitoramento e detecção de intrusão

Sistemas que constantemente monitoram a rede e os sistemas em busca de atividades suspeitas ou anômalas.

Patching e atualizações

Manter sistemas e softwares atualizados garante que vulnerabilidades conhecidas sejam corrigidas e que os sistemas estejam protegidos contra ameaças recentes.

Treinamento de funcionários

Educando os membros da equipe sobre os riscos de segurança e ensinando-os a reconhecer tentativas de phishing, scams e outras táticas maliciosas.

Criar uma cultura interna na empresa voltada para segurança e privacidade de dados, diminui o risco de ataques cibernéticos devido a falha do fator humano.

Redes Privadas Virtuais (VPN)

Permitem que os usuários se conectem remotamente de forma segura à rede da empresa, usando criptografia para proteger os dados transmitidos.

Segmentação de rede

Dividir a rede em segmentos separados, limitando o acesso a dados sensíveis apenas a redes específicas ou dispositivos autorizados.

Estas são apenas algumas das muitas medidas disponíveis para proteger dados sensíveis.

A combinação e implementação adequada dessas medidas dependem das necessidades específicas da organização, da natureza dos dados e dos riscos associados.

Quais são os impactos da tecnologia na proteção de dados sensíveis?

A tecnologia desempenha um papel fundamental na proteção de dados sensíveis.

Seu impacto pode ser analisado sob diversas perspectivas, incluindo melhorias na segurança, novas ameaças e a evolução do cenário de privacidade e conformidade.

Vejamos quais são eles, a seguir:

Impactos positivos

Com a evolução tecnológica, ferramentas avançadas, como softwares antivírus, sistemas IDPS e soluções endpoint, têm fortalecido a proteção de dados.

A criptografia moderna assegura a segurança dos dados armazenados e transmitidos.

Além disso, o Múltiplo Fator de Autenticidade (MFA) reforça a verificação da identidade do usuário, enquanto a Gestão de Identidade e Acesso (IAM) controla o acesso a recursos.

Adicionalmente, as tecnologias atuais facilitam backups consistentes e recuperação eficiente de dados após incidentes.

Impactos negativos

À medida que a tecnologia progride, os cibercriminosos adaptam-se, tornando malwares e ataques de phishing mais avançados.

A expansão dos dispositivos IoT ampliou a superfície de ataque, intensificando os desafios de segurança.

Organizações enfrentam complexidades ao integrar soluções em nuvem e infraestruturas locais, potencializando vulnerabilidades.

Além disso, a coleta de dados em larga escala gera preocupações de privacidade, com riscos de exposição inadequada sem regulamentações efetivas.

Impactos estratégicos

Em resposta às crescentes preocupações com a privacidade no cenário tecnológico, leis como GDPR e LGPD foram instituídas, exigindo que as empresas se adaptem, invistam e mudem a cultura para manter a conformidade.

A tecnologia, por sua vez, possibilita programas de treinamento mais eficientes para instruir funcionários sobre segurança.

Assim como conscientizar da importância de pensar em privacidade de dados em todos os procedimentos, produtos e serviços, criando uma cultura empresarial de segurança.

Além disso, metodologias como Privacy by Design enfatizam a integração da segurança desde as fases iniciais do desenvolvimento de software ou de um projeto.

Em suma, a tecnologia oferece ferramentas valiosas para a proteção de dados sensíveis, mas também apresenta desafios.

É essencial que as organizações permaneçam ágeis e informadas, adaptando-se continuamente à paisagem em evolução da segurança da informação.

Como proteger dados sensíveis em um e-commerce?

Proteger dados sensíveis em um e-commerce é fundamental, pois essas plataformas lidam frequentemente com informações pessoais e financeiras dos clientes.

Veja algumas práticas recomendadas para garantir a segurança desses dados:

  1. utilização de Protocolo Seguro (HTTPS): sempre use o protocolo HTTPS (SSL/TLS) para garantir que as informações enviadas entre o cliente e o servidor sejam criptografadas e seguras;
  2. criptografia de dados: criptografe dados sensíveis, tanto em trânsito quanto em repouso. Isso inclui informações de pagamento, detalhes pessoais e quaisquer outros dados confidenciais;
  3. autenticação forte: implemente autenticação multifatorial para os administradores e outros usuários que tenham acesso aos sistemas back-end;
  4. firewalls e detecção de intrusão: use firewalls para proteger contra acesso não autorizado e sistemas de detecção de intrusão para identificar atividades suspeitas;
  5. atualizações e patches: mantenha todos os softwares, incluindo sistemas de gerenciamento de conteúdo, plugins e outras ferramentas, atualizados. As atualizações frequentemente contêm correções para vulnerabilidades de segurança;
  6. gerenciamento de acesso: garanta que apenas os funcionários autorizados tenham acesso aos dados do cliente. Implemente o princípio do menor privilégio, concedendo acesso apenas ao necessário para realizar tarefas específicas;
  7. auditorias regulares: realize avaliações e auditorias de segurança regularmente para identificar e corrigir potenciais vulnerabilidades;
  8. monitoramento constante: monitore o tráfego e as atividades no site para detectar e responder rapidamente a qualquer comportamento anormal ou suspeito;
  9. backup regular: faça backups regulares dos dados e garanta que eles possam ser restaurados rapidamente em caso de falha ou comprometimento;
  10. treinamento de colaboradores: certifique-se de que todos os colaboradores estejam cientes das melhores práticas de segurança e saibam como identificar e relatar atividades suspeitas;
  11. uso de tokens ao processar pagamentos: em vez de armazenar informações de cartão de crédito, use sistemas de tokenização. Isso substitui os dados do cartão por um token, que é inútil se for roubado;
  12. restringir uploads de arquivos: se o seu e-commerce permite uploads de arquivos pelos usuários, garanta que estejam configurados de forma segura para evitar o upload de malwares ou outros arquivos mal-intencionados;
  13. políticas de senha forte: exija que os clientes criem senhas fortes e incentivem a alteração regular dessas senhas;
  14. resposta a incidentes: tenha um plano claro e definido sobre como responder a incidentes de segurança, incluindo como comunicar aos clientes e às autoridades pertinentes, se necessário;
  15. conformidade com normas: seja compatível com os padrões e regulamentos relevantes, como o Padrão de Segurança de Dados para a Indústria de Cartão de Pagamento (PCI DSS).

Ao implementar essas práticas recomendadas e manter uma mentalidade de segurança proativa. E os e-commerces podem proteger efetivamente os dados sensíveis de seus clientes e manter a confiança essencial para o sucesso do negócio.

A crescente digitalização trouxe consigo desafios significativos na proteção e manuseio de dados pessoais, especialmente em ambientes como e-commerces.

A LGPD no Brasil ressalta a importância de abordar esses desafios com seriedade, exigindo práticas rigorosas para o tratamento de dados pessoais sensíveis.

Além disso, as ferramentas e estratégias de segurança, desde a criptografia até a gestão de identidade, são cruciais para assegurar a confiança e a integridade das informações no vasto ecossistema digital.

A ênfase em todas essas medidas reforça um compromisso inabalável com a privacidade e segurança dos usuários no cenário digital atual.

Com o entendimento sobre o que são dados sensíveis em mãos, mergulhe mais fundo no mundo da cibersegurança e fortaleça sua proteção online.

E lembre-se, a segurança e privacidade de dados é essencial para a credibilidade do seu negócio!

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