Se você quer trabalhar no mercado digital, o gerente de e-commerce é um trabalho importante que conecta todas as partes de uma operação online.
O e-commerce no Brasil está no caminho de movimentar cerca de R$ 557 bilhões até 2027, um aumento expressivo em comparação ao faturamento de R$ 349 bilhões em 2023, segundo dados da Betminds.
Com o crescimento das vendas pela internet, negócios de todos os tamanhos perceberam que não basta estar no ambiente virtual – é preciso estratégia, eficiência e coordenação.
Para as empresas, o gerente de e-commerce é o coração de toda a operação digital e o responsável por traduzir ideias em estratégias.
Neste manual, você vai entender o que faz um gerente de e-commerce, qual é a média salarial para a função em 2025 e como você pode se preparar para assumir essa posição.
Está pronto para dar o próximo passo na sua carreira? Vamos lá!
O que é gerente de e-commerce?
O gerente de e-commerce é encarregado de liderar e coordenar as operações de uma loja virtual.
Quem fica encarregado por essa tarefa é o ponto central para o planejamento e a execução das estratégias relacionadas ao comércio digital de uma empresa.
O que diferencia o gerente de e-commerce de cargos similares, como analista ou coordenador, é a amplitude de suas responsabilidades.
O gerente atua como líder estratégico e toma decisões que impactam a operação como um todo.
O que um gerente de e-commerce faz?
As atividades mais comuns de um gerente de e-commerce são:
Ter pleno conhecimento do público-alvo
Entender a buyer persona é a base para qualquer decisão estratégica em e-commerce.
O gerente de e-commerce investe tempo em análises de comportamento, utiliza dados de navegação no site e até feedbacks de clientes para criar um perfil detalhado.
Criar um funil de vendas
O funil de vendas nada mais é do que o caminho que o cliente percorre até finalizar uma compra:
- no topo do funil, estão as pessoas que descobriram sua loja;
- no meio, estão as que estão pensando em comprar;
- no fundo, quem realmente coloca os produtos no carrinho e finaliza o pedido.
O gerente de e-commerce mapeia esse processo e cria estratégias para cada etapa. É como guiar o cliente com conteúdo, promoções e incentivos, até que ele decida clicar no botão “comprar”.
Definir os KPIs do negócio
Sem saber o que medir, fica difícil melhorar. Por isso, o gerente de e-commerce precisa escolher os KPIs (indicadores de desempenho) certos para monitorar.
Eles mostram se as estratégias estão funcionando ou se algo precisa ser ajustado.
Alguns KPIs que todo e-commerce deve acompanhar:
- Taxa de conversão: ercentual de visitantes que realmente compram;
- Custo de aquisição de cliente (CAC): quanto custa, em média, trazer um cliente para a loja;
- ticket médio: valor médio gasto pelos clientes em cada compra realizada;
- abandono de carrinho: percentual de pessoas que colocam produtos no carrinho, mas não finalizam a compra.
Lembre-se: esses números não servem só para decorar relatórios. Eles ajudam a entender o que está funcionando e onde você pode melhorar.
Gerenciar os canais de venda da marca
Hoje, vender online não se limita a ter um site. O gerente de e-commerce precisa administrar múltiplos canais de venda, como marketplaces (Amazon, Mercado Livre), redes sociais e até parcerias com outras plataformas.
Essa gestão envolve o trabalho de garantir que todos os canais estejam integrados, com informações sobre preços, estoque e promoções.
O gerente trabalha para identificar quais canais têm melhor desempenho e concentra esforços onde há maior retorno, sempre buscando diversificar as oportunidades de vendas.
Acompanhar as métricas do negócio
A análise de métricas é indispensável para tomar decisões informadas e ajustar estratégias.
O gerente de e-commerce monitora indicadores que mostram o desempenho geral da loja e identificam áreas de melhoria.
As métricas mais importantes para as lojas virtuais incluem:
- tráfego no site (quantidade de visitantes em determinado período);
- tempo de permanência no site (quanto tempo os visitantes passam navegando);
- origem do tráfego (de onde vêm os visitantes, como Google, redes sociais e anúncios pagos);
- taxa de rejeição (percentual de visitantes que saem do site sem interagir);
- taxa de recompra (frequência com que os clientes retornam para fazer novas compras);
- Retorno sobre o Investimento (relação entre o lucro obtido e os investimentos feitos em marketing e operações).
Monitorar essas métricas é a melhor maneira de identificar tendências, prever desafios e ajustar rapidamente as ações.
Embora o gerente de e-commerce tenha responsabilidades amplas, é importante lembrar que ele não executa tarefas operacionais do dia a dia, como criar artes para campanhas ou empacotar produtos para envio.
O gerente de e-commerce tem um papel mais estratégico que operacional, focado em planejar, coordenar e assegurar que a operação funcione com excelência.
Quais habilidades um gestor de e-commerce deve ter?
Como em qualquer profissão, um gestor de e-commerce precisa desenvolver uma combinação de habilidades técnicas, analíticas e interpessoais:
Habilidades técnicas
As habilidades técnicas estão relacionadas ao domínio de ferramentas, processos e protocolos necessários para gerenciar uma operação de e-commerce.
1. Conhecimento em plataformas de e-commerce
O gestor precisa entender como funcionam plataformas de e-commerce como a Tray, incluindo configurar lojas, gerenciar produtos e otimizar o desempenho da loja virtual.
2. Análise de dados
Saber interpretar relatórios e métricas, como taxa de conversão e tráfego, é a base para tomar decisões embasadas que melhorem a performance do e-commerce.
💡 Leia mais: Métricas para e-commerce: quais são as principais e como usá-las para aumentar as vendas?
3. Conhecimento em marketing digital
Compreender estratégias como SEO, campanhas de anúncios pagos e e-mail marketing ajuda a atrair mais visitantes e converter vendas.
4. Gestão de estoque e logística
O gestor deve organizar e controlar o estoque, planejar a logística e garantir que os pedidos cheguem aos clientes.
5. Gestão de pagamentos
É importante saber como funcionam os meios de pagamento, como boletos, cartões, PIX e carteiras digitais, para garantir uma experiência segura e prática para os clientes.
Habilidades analíticas
As habilidades analíticas são essenciais para planejar e prever o desempenho do e-commerce, além de identificar oportunidades de crescimento.
1. Planejamento estratégico
O gestor precisa criar planos com metas e estratégias para alcançar os objetivos da loja virtual, como aumentar as vendas ou fidelizar clientes.
2. Previsão de vendas
Saber projetar o volume de vendas com base em dados históricos e tendências do mercado ajuda a preparar o negócio para períodos de alta e baixa demanda.
3. Identificação de tendências
Estar atento às mudanças no comportamento do consumidor e às inovações no mercado digital permite que uma loja virtual se mantenha competitiva.
Habilidades Interpessoais
As habilidades interpessoais ajudam o gestor a liderar equipes, negociar com parceiros e resolver problemas.
1. Liderança
O gestor deve ser capaz de inspirar e orientar sua equipe, garantindo que todos trabalhem alinhados e motivados para alcançar os objetivos do negócio.
2. Boa comunicação
Saber se comunicar de maneira clara e objetiva, tanto com a equipe quanto com clientes e parceiros, é essencial para evitar mal-entendidos e agilizar processos.
3. Resolução de problemas
Em um ambiente dinâmico como o e-commerce, o gestor precisa resolver problemas rapidamente, como atrasos na entrega ou erros no site, sem comprometer a operação.
4. Negociação
Negociar condições com fornecedores, parceiros de logística e até mesmo com clientes exige habilidade para garantir acordos vantajosos para o negócio.
Qual é a média salarial de um gerente de e-commerce?
A remuneração média de um gerente de e-commerce no Brasil está entre R$ 4 mil a R$ 12 mil por mês, segundo relatório atualizado da plataforma Glassdoor.
Porém, essa faixa salarial reflete diferentes níveis de responsabilidade e experiência:
- profissionais em início de carreira, como gerentes de e-commerce júnior, geralmente se situam no limite inferior da média;
- gerentes plenos e seniores, que possuem maior expertise e assumem operações mais robustas, alcançam remunerações superiores dentro dessa faixa.
Muitas empresas oferecem benefícios como bônus por desempenho, participação nos lucros, vale-alimentação e assistência médica, o que pode elevar ainda mais a remuneração total do gerente de e-commerce.
Como se tornar um gerente de e-commerce?
A carreira de gerente de e-commerce não precisa necessariamente começar com um diploma de curso superior.
Embora a formação seja importante em muitas áreas, o mercado digital valoriza muito a experiência prática e a capacidade de adaptação.
Então, se você tem vontade de liderar operações no mundo digital, saiba que existem várias formas de se preparar para esse desafio, mesmo que você esteja começando do zero.
1. Domine as ferramentas e plataformas
Se você quer se tornar um gerente de e-commerce, precisa entender que as ferramentas e plataformas são o seu “campo de batalha”.
A Tray, por exemplo, é uma plataforma brasileira super popular entre pequenas e médias empresas.
Ela oferece várias funcionalidades prontas para quem quer abrir uma loja virtual, como integração com meios de pagamento, gerenciamento de estoque e relatórios de vendas.
Além da plataforma da loja, você também vai precisar aprender a usar algumas ferramentas que complementam a operação. Por exemplo:
- ferramentas de marketing digital como Google Ads, Facebook Ads e RD Station para atrair tráfego e aumentar as vendas;
- ferramentas de logística, como integração com transportadoras ou plataformas que calculam frete automaticamente;
- sistemas de ERP e CRM, que ajudam a organizar estoque, pedidos e até a gestão de clientes.
No início, parece muita coisa, e é mesmo. Mas acredite, com dedicação, você consegue dominar as ferramentas em pouco tempo.
Existem cursos livres que ensinam a configurar e gerenciar lojas virtuais, e muitos deles são acessíveis até para quem está começando.
Aprender sobre ferramentas de gestão, como CRMs e ERPs, também pode ser um diferencial enorme.
2. Estude marketing digital
O e-commerce depende de estratégias de marketing digital para atrair clientes e aumentar as vendas, como:
- SEO: otimização de sites para melhorar a posição no Google e atrair visitantes orgânicos e qualificados;
- anúncios pagos: estratégias de publicidade paga em plataformas como Google Ads e redes sociais para aumentar o tráfego e vendas;
- redes sociais: canais como Instagram e TikTok para engajar clientes, divulgar produtos e fortalecer a marca online;
- e-mail marketing: envio de mensagens estratégicas para fidelizar clientes e aumentar conversões com comunicação direta;
- análise de dados: uso de métricas e ferramentas como Google Analytics para acompanhar resultados e tomar decisões informadas;
- marketing de conteúdo: criação de materiais relevantes, como blogs e vídeos, para atrair, educar e converter clientes;
- remarketing: estratégia de alcançar novamente clientes que visitaram o site sem realizar compras, incentivando a conversão;
- UX/UI Design: foco na experiência do usuário para criar sites intuitivos, bonitos e fáceis de navegar;
- estratégias de conversão: técnicas como ofertas exclusivas e call-to-actions para transformar visitantes em compradores.
- gestão de campanhas: planejamento e execução de ações de marketing, como promoções e lançamentos, para atingir metas de vendas.
O legal é que existem muitos cursos, pagos e gratuitos, que ensinam o básico e até estratégias avançadas. Dedique um tempo para entender como o marketing digital e o e-commerce se conectam.
3. Ganhe experiência em funções relacionadas
A maioria dos gerentes de e-commerce começa em cargos mais operacionais. Nessas funções, você aprende na prática como funciona a operação de uma loja virtual: do cadastro de produtos até a logística de envio.
Quer saber quais funções podem ser seu ponto de partida? Veja algumas opções:
Analista de e-commerce
Essa é uma das portas de entrada mais comuns para quem quer crescer no setor.
Como analista, você vai lidar com tarefas como cadastro de produtos, análise de métricas, atendimento ao cliente e suporte nas campanhas de marketing.
É uma posição que exige atenção aos detalhes e organização, além de oferecer contato direto com as ferramentas e processos do e-commerce.
Assistente de marketing digital
Se você gosta da parte de atrair clientes, começar como assistente de marketing é uma ótima ideia. Aqui, você vai aprender a criar campanhas, planejar promoções e otimizar anúncios.
É uma oportunidade de entender como as estratégias de marketing impactam diretamente as vendas da loja virtual.
Atendimento ao cliente online
Pode não parecer glamoroso, mas o atendimento ao cliente é uma experiência para quem quer gerenciar um e-commerce.
O cargo te ensina a lidar com as dúvidas e reclamações dos consumidores, algo essencial para melhorar a experiência de compra e fidelizar clientes.
Assistente de logística ou operações
Se você se interessa pela parte “por trás das cortinas” do e-commerce, começar na logística é uma ótima ideia.
Aqui, você aprende sobre controle de estoque, envio de produtos e como garantir que tudo chegue ao cliente no prazo.
Social media ou criador de conteúdo
Quem tem habilidade para comunicação pode começar criando conteúdo para redes sociais ou blogs de e-commerce.
A função te dá uma visão sobre como engajar o público e direcionar tráfego para a loja, algo que será muito útil quando você assumir um papel estratégico.
Se você está começando agora, não tenha medo de aceitar posições de entrada. Cada experiência conta para te preparar para um papel mais estratégico.
4. Construa um portfólio
Um portfólio mostra o que você já fez, suas habilidades e como você pode ajudar uma empresa. No caso do mercado de e-commerce, é o ambiente digital para reunir projetos, resultados alcançados e até experimentos pessoais.
“Mas eu nunca trabalhei com e-commerce, e agora?”. Não se preocupe! Você não precisa ter experiência profissional formal para criar um portfólio. Existem várias formas de começar:
Crie uma loja fictícia
Escolha uma plataforma como Tray e monte uma loja do zero. Escolha um nicho – pode ser algo que você gosta, como livros, roupas ou acessórios para pets – e configure tudo: layout, produtos, métodos de pagamento e frete.
O projeto já pode ser o primeiro item do seu portfólio, mostrando que você entende como estruturar uma loja virtual.
Ajude um pequeno negócio
Você conhece alguém que tem uma loja física, mas ainda não vende online? Ofereça ajuda para montar a loja virtual deles ou melhorar a que já existe.
Mesmo que seja um trabalho voluntário ou com um valor simbólico, você estará ganhando experiência prática e poderá incluir esse projeto no seu portfólio.
Simule campanhas de marketing
Mesmo sem uma loja real, você pode criar campanhas fictícias para praticar. Por exemplo, imagine que você está promovendo uma loja de camisetas.
Crie anúncios (mesmo que só como design ou texto), estratégias de redes sociais e até e-mails promocionais. O objetivo é mostrar que você sabe como atrair clientes para o e-commerce.
Experimente marketplaces
Outra ideia é começar a vender algo em marketplaces como Mercado Livre, Shopee ou Amazon. É uma forma de ter uma visão prática de como funcionam plataformas de vendas online e adquirir experiência real.
Ser um gerente de e-commerce é um processo que combina aprendizado, prática e persistência.
Você pode começar pequeno, aprendendo sobre as plataformas e estratégias, e ir construindo sua carreira com base em experiências e resultados.
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