O cross docking pode ajudar sua loja virtual a criar uma vantagem competitiva na logística dos pedidos.
Quase todo tipo de empresa pode se beneficiar com essa estratégia, embora existam setores específicos que são favorecidos ainda mais essa prática do cross docking.
Quer descobrir tudo sobre essa estratégia e como aplicá-la no seu e-commerce?
Aproveite que você está aqui e confira nosso guia completo sobre o cross docking.
Trouxemos tudo o que você precisa para avaliar se essa solução logística é a ideal para sua operação e como aplicá-la de maneira correta. Confira!
O que é cross docking?
O cross docking é uma modalidade de logística que dispensa a necessidade de um estoque para os produtos.
Isso significa que a mercadoria sai do fabricante, vai diretamente para o centro de distribuição e, em seguida, é despachada para o destino final.
A mercadoria deve permanecer no centro de distribuição pelo menor tempo possível para garantir uma operação ágil e a entrega imediata do produto ao seu destino.
Se em uma operação logística tradicional é necessária uma comunicação eficaz entre fornecedor e vendedor, a necessidade é ainda maior no cross docking.
O alto nível de coordenação entre os envolvidos é algo crucial para que os prazos sejam respeitados.
Mas o que a expressão “cross docking” significa exatamente?
Se você ficou com essa dúvida até aqui, saiba que ela diz muito sobre como funciona a própria operação logística.
“Cross docking” é uma expressão inglesa que, em português, significa literalmente “cruzando docas”.
É uma referência ao sistema de docas utilizado por centros de distribuição para agilizar o recebimento e despacho de produtos aos seus destinos finais.
As docas são locais em que os caminhões e outros veículos de carga encostam para descarregar produtos ou para que sejam carregados com novas mercadorias.
Quanto menor for o tempo gasto nas docas, maior é a agilidade de todo o processo logístico.
Quais as principais fases do cross docking? Confira os 4 passos!
O cross docking, na prática, varia de acordo com as necessidades particulares de cada empresa, sua dinâmica com fornecedores e centros de distribuição.
Ou seja, seu negócio pode encontrar o melhor jeito de usar essa operação logística.
Para ilustrar o processo como um todo, vejamos uma sequência de como acontece o cross docking.
1. Programação e distribuição por parte dos fornecedores
No processo básico, o fornecedor conta com as informações exatas de qual será o destino final de cada mercadoria.
Então, a empresa faz a preparação dos pedidos e os envia para o armazém ou centro de distribuição em seus veículos de carga.
2. Recebimento de mercadorias no armazém
Na doca de recebimento, a equipe do centro de distribuição recebe as mercadorias e as encaminha para a área de preparação, onde os pedidos serão organizados.
3. Controle de qualidade do armazém
A equipe do centro de distribuição ou armazém faz o registro e a revisão da carga recebida antes que os pedidos sejam enviados para seus destinos finais.
4. Expedição da mercadoria
Na etapa final, ocorre o reembalamento de produtos, a consolidação de pedidos (quando necessário) e a expedição da mercadoria para seu destino correto.
Quais as vantagens de utilizar o cross docking?
O cross docking torna a operação logística mais enxuta.
É o modelo ideal para empresas que desejam acelerar o atendimento de pedidos e reduzir custos com entrega das mercadorias.
Aqui estão os principais benefícios do cross docking para a sua operação logística.
Agiliza a entrega e cumprimento de prazos
Um centro de distribuição cross docking prepara e reenvia a mercadoria o mais rápido possível para o destino final.
Com tudo correndo da maneira certa, é o cliente quem sai ganhando, ao receber sua mercadoria em um prazo curto.
Reduz furtos de mercadorias
Quanto mais a mercadoria permanece parada no centro de distribuição, maior é a chance de que ela desapareça ou sofra algum dano.
O cross docking reduz essas preocupações, já que as mercadorias são recebidas e automaticamente preparadas para a saída.
Melhora o aproveitamento dos veículos de entrega
As mercadorias são rapidamente preparadas de acordo com as rotas mais rápidas e econômicas que os veículos de entrega devem percorrer para chegar aos destinos.
Auxilia na redução de custos com estoque
Como não há o gasto com infraestrutura necessária para manter um estoque de produtos, as despesas da empresa diminuem drasticamente.
Melhora seu relacionamento com o fornecedor
O fornecedor adquire mais responsabilidades no cross docking.
Ele fica responsável por embalar e classificar os pedidos, além de enviá-los para o centro de distribuição.
Tudo isso demanda um contato frequente com o vendedor, o que acaba criando uma parceria firme.
Elimina a necessidade de estoque
O estoque é substituído pelo centro de distribuição.
Os produtos saem dos fornecedores e são encaminhados diretamente para o local, onde são preparados e encaminhados novamente, mas agora para seus destinos finais.
Quais os desafios de implementar o cross docking na operação?
Nem tudo são flores!
Como todas as estratégias, há vantagens e desvantagens de implementar o cross docking.
O ideal, então, é avaliar como as desvantagens se apresentam como desafios para o seu processo de logística.
Para facilitar sua análise, listamos aqui os três principais desafios que a maioria das empresas enfrenta com a implementação do cross docking.
Tempo
Não é novidade que o tempo seja um desafio quando falamos em entrega de pedidos.
Se o cross docking não for planejado, programado e executado adequadamente, a entrega para o destino final pode ser incrivelmente demorada.
O ideal é que as mercadorias não fiquem mais de 24 horas paradas no centro de distribuição.
Operações de cross docking bem-sucedidas podem movimentar mercadorias para dentro e para fora em poucas horas.
Sincronia
Embora pareça a solução perfeita para a logística — ao garantir que a mercadoria se movimente com rapidez do veículo de entrada para o veículo de saída — qualquer falta de sincronia entre fornecedor, vendedor e centro de distribuição pode resultar em acúmulo de produtos e atrasos.
Bons fornecedores
O cross docking baseia-se na filosofia just in time para fabricação e envio.
Se os fornecedores falham rotineiramente em enviar os tipos de produtos ou quantidades corretas, sua capacidade de atender aos pedidos será prejudicada.
O prolongamento no tempo de entrega, além de ser um desperdício de tempo e reduzir a produtividade, pode simplesmente corroer a confiança do cliente final.
É necessário que sua empresa esteja armada com bons fornecedores antes de mudar para o cross docking.
Caso contrário, essa mudança pode ser um verdadeiro tiro no pé.
Centro de distribuição preparado para a operação
O centro de distribuição deve ter uma mão de obra especializada na operação cross docking e utilizar as tecnologias certas para enviar ao seu negócio informações atualizadas sobre a movimentação das mercadorias.
Toda sua operação dependerá de uma boa comunicação externa com fornecedores e com o centro de distribuição.
Diferenças entre cross docking e dropshipping
Quem está pensando em vender sem estoque pela internet vai encontrar duas soluções imediatamente: cross docking e dropshipping.
Ambas as soluções são pensadas para diminuir a necessidade de gerenciamento de estoque e agilizar a entrega de pedidos.
Porém, há algumas diferenças entre elas e cada solução tem sua própria operação logística.
Basicamente, o dropshipping consiste no envio do produto diretamente do fornecedor para o cliente.
Não há a necessidade de o lojista enviar o produto para um centro de distribuição, porque o próprio fornecedor é quem faz o armazenamento e envio do produto.
Funciona assim: quando a compra é finalizada na loja virtual, o pedido é automaticamente enviado ao fornecedor que, por sua vez, fica responsável por embalar e enviar o produto ao cliente em nome da loja virtual.
É uma operação logística diferente do cross docking.
No geral, podemos dizer que são quatro diferenças entre cross docking e dropshipping: armazenamento, entrega, exclusividade dos produtos e margem de lucro.
A seguir, explicamos melhor cada diferença entre os dois modelos. Confira!
Armazenamento
No modelo cross docking, o vendedor precisa se preocupar em ter um centro de distribuição responsável por armazenar seus produtos por pouco tempo, enquanto o dropshipping elimina completamente essa necessidade.
Entrega
No cross docking, a entrega de produtos é feita pela transportadora do centro de distribuição.
Já no dropshipping, a entrega é feita diretamente pelo fornecedor do produto.
Exclusividade dos produtos
Lojistas que usam o modelo de cross docking possuem uma chance maior de ter parcerias exclusivas com fornecedores.
Os fornecedores que aplicam o dropshipping, por outro lado, costumam trabalhar com vários vendedores — às vezes, de um mesmo segmento — e isso diminui a chance de uma empresa oferecer produtos diferentes dos seus concorrentes.
Margem de lucro
As empresas de dropshipping tendem a trabalhar com uma margem de lucro mais apertada, porque boa parte da operação logística — e, às vezes, do suporte ao cliente — fica na responsabilidade do fornecedor.
Por isso, os custos cobrados pelo fornecedor podem acabar “comendo” uma fatia grande da lucratividade.
No cross docking, por outro lado, a operação logística de armazenamento, embalagem e entrega do produto não fica concentrada no fornecedor.
O vendedor, nesse caso, tem seus próprios custos com embalagem e o armazenamento temporário no centro de distribuição.
Os menores custos com logísticas, no cross docking, permitem que o vendedor trabalhe com uma margem de lucro maior do que a margem de empresas de dropshipping.
Quais os tipos de cross docking?
Existem três tipos de cross docking que podem ser aplicados por uma empresa: pré-distribuído, consolidado e híbrido.
Entenda como funciona cada um deles a seguir.
Cross docking pré-distribuído
O pré-distribuído é o modelo mais básico. As mercadorias são descarregadas, classificadas e embaladas pelo fornecedor, de acordo com instruções pré-determinadas.
Ou seja, o cliente final é identificado antes mesmo de a mercadoria sair do fornecedor.
Ao chegar no centro de distribuição, a mercadoria é rapidamente destinada à entrega, com pouca intervenção dos profissionais do centro de distribuição.
Cross docking consolidado
No cross docking consolidado, a operação é um pouco diferente do modelo pré-distribuído: as unidades são recebidas no centro de distribuição sem informações exatas dos pedidos que devem ser enviados para cada destino.
Por isso, elas vão para uma área do centro de distribuição, onde são examinadas e preparadas.
Nesse momento, as mercadorias podem ser organizadas em pacotes individuais ou em kits de produtos, por exemplo.
Tudo vai depender da demanda do cliente final.
Cross docking híbrido
O cross docking híbrido é assim chamado porque mistura um pouco dos modelos pré-distribuídos e consolidados.
Nesse caso, os profissionais do centro de distribuição precisam preparar os pedidos com base nas mercadorias que chegam dos caminhões e em outra parte das mercadorias armazenada nas instalações.
É um tipo de cross docking que pode ajudar o vendedor a atender a uma variedade maior de clientes, mas que também exige uma coordenação ainda mais eficaz dos envolvidos.
Quais os tipos de horário no cross docking?
Entenda como funcionam os horários de entrada e saída em uma operação cross docking.
Horários de entrada
A chegada da mercadoria no centro de distribuição pode seguir dois padrões diferentes. São eles:
concentrado: quando há um horário para os caminhões chegarem e outro para coletarem as cargas;
disperso: quando não existe um horário específico para a chegada dos caminhões, já que os veículos chegam conforme a necessidade no decorrer do dia.
Horários de saída
O horário de saída dos caminhões pode seguir dois padrões:
restrito: quando existe um horário específico para a saída dos caminhões do centro de distribuição;
não-restrito: quando não há um horário para a saída dos caminhões, eles podem sair assim que estiverem preenchidos com cargas.
O que é e como funciona o prazo cross docking?
O prazo cross docking é o tempo que o fornecedor solicita para confeccionar ou entregar o produto.
Assim que o cliente efetua a compra de um item na loja virtual, o produto é automaticamente solicitado ao fabricante que, dentro do prazo cross docking, deve enviar a mercadoria para o centro de distribuição.
Que produtos são mais adequados ao cross docking?
O cross docking foi desenvolvido para colocar as mercadorias nas mãos dos clientes no menor tempo possível.
Embora praticamente qualquer empresa se beneficie de um envio mais rápido, a estratégia pode ser melhor aproveitada em alguns setores do que em outros.
Confira abaixo as características de produtos favorecidos pelo cross docking:
- itens perecíveis que exigem um envio imediato;
- produtos de alta qualidade que não exigem inspeções de qualidade;
- produtos pré-etiquetados (códigos de barras, RFID), pré-bilhetados ou prontos para venda;
- itens promocionais ou itens em fase de lançamento;
- produtos básicos de varejo com demanda alta ou de baixa demanda;
- pedidos de clientes pré-selecionados ou pré-embalados de outra fábrica ou armazém.
Lembre-se: uma logística ágil está no centro do cross docking.
Logo, produtos que chegam ao centro de distribuição prontos ou quase prontos para serem enviados ao destino final são os mais favorecidos pela operação.
Por exemplo, os restaurantes precisam de um fornecimento constante de ingredientes para seus itens de menu.
O cross docking é a solução perfeita não só para essas empresas, mas para a indústria de alimentos e bebidas em geral.
Como aplicar o cross docking na sua operação?
Agora que você sabe como o cross docking funciona, você pode tomar uma decisão bem embasada sobre se isso é adequado para sua empresa.
Esse procedimento logístico tem muitos benefícios, incluindo a redução dos custos gerais e a redução da necessidade de espaço de armazenamento.
Abaixo, confira algumas estratégias fundamentais para uma operação de sucesso com o cross docking.
Tenha um bom software de gestão de transportes (TMS)
O software TMS (Transportation Management System), também conhecido por Sistema de Gerenciamento de Transporte, vai ajudar a gerenciar todas as etapas do cross docking.
O TMS é capaz de integrar vários setores do processo para agilizar o controle das informações.
Gestores e colaboradores sabem, por meio do sistema, quando o produto será recebido, qual será destino, qual será a rota seguida e de que forma ocorrerá a distribuição.
Ou seja, a tecnologia torna mais prático o planejamento e acompanhamento das operações.
Mantenha uma boa comunicação interna e externa
A sincronia entre as etapas do cross docking é crucial para manter a movimentação das mercadorias sempre ágil e eficiente.
É importante que exista uma comunicação bem planejada entre os setores de vendas e logística, por exemplo.
Mas também é necessário que a comunicação com os fornecedores e o centro de distribuição aconteça no fluxo de trabalho.
Um sistema ERP (Enterprise Resource Planning) pode ajudar seu negócio a integrar operações de diferentes setores, garantindo que a comunicação interna e externa ocorra corretamente no cross docking.
Tenha um planejamento do seu processo logístico
É fundamental que o processo logístico siga um fluxo de trabalho planejado em detalhes para que todos os envolvidos não tenham dúvidas.
É o momento de determinar como acontecerá cada etapa do processo, como o pedido ao fornecedor, a conferência das mercadorias e o envio das unidades ao centro de distribuição.
Invista na qualificação do seu time
Um bom fluxo de trabalho funcionará com uma equipe treinada para executá-lo.
As pessoas que antes faziam o controle do estoque agora precisam aprender a solicitar o pedido ao fornecedor, garantir que o centro de distribuição receba os itens corretos, e assim por diante.
Negocie com seus fornecedores e parceiros de entrega
Os fornecedores desempenham funções importantíssimas no cross docking.
Porém, não são todos que estão preparados para realizar essa operação ágil.
É importante firmar parcerias com empresas realmente comprometidas com o processo e negociar os melhores preços.
Tenha um centro de distribuição para facilitar a sua logística
Na hora de escolher um centro de distribuição para sua operação cross docking, é importante considerar alguns critérios.
A localização, por exemplo.
Avalie se a região conta com alta concentração de clientes, rodovias e vias expressas para garantir a redução no valor dos fretes.
A proximidade dos fornecedores parceiros ou de vias de acesso também são pontos estratégicos.
Outro ponto importante é a instalação do local.
Um centro de distribuição cross docking geralmente é equipado com uma completa cadeia de remanejamento de produtos, que inclui os processos de classificação, separação e encaminhamento das mercadorias, com a sincronização do recebimento do pedido e da expedição para o cliente.
Tão importante quanto a qualidade dos fornecedores é a escolha de um bom centro de distribuição. Essas duas coisas ajudam a manter uma operação de cross docking.
Busque continuamente por um atendimento de excelente qualidade
Não há cross docking totalmente imune de erros operacionais.
Atrasos podem ocorrer, prejudicando o fluxo de entregas e, consequentemente, o e-commerce.
Por essa razão, é importante que sua empresa tenha uma equipe de atendimento treinada para esclarecer os clientes sobre o status das entregas e deixá-los tranquilos.
Bônus: Confira as empresas que utilizam o cross docking na sua operação logística
Antes de começar a planejar sua operação logística, confira três cases de sucesso com o cross docking.
Walmart
O Walmart é um dos exemplos mais famosos de empresas que utilizam cross docking.
Os caminhões da corporação chegam aos centros de distribuição e logo as mercadorias são retiradas, empacotadas e enviadas às lojas, que normalmente ficam a uma distância curta do centro de distribuição.
Isso gera para a empresa uma economia com os custos de envio.
Assim, o Walmart também pode negociar melhores margens de preço com os seus fornecedores. Essa estratégia foi um enorme sucesso e contribuiu para seu domínio no setor.
Roche Diagnostics
A Roche Diagnostics é uma empresa do setor farmacêutico que, inclusive, está entre os setores que mais utilizam o cross docking.
Como as suas mercadorias exigem armazenamento em temperatura controlada e a necessidade de um fornecimento rápido, o cross docking se encaixou muito bem às demandas operacionais da empresa.
Eroski
Eroski é uma rede de supermercados que precisa movimentar mercadorias que possuem data de validade, o que impõe prazos apertados para realizar as entregas.
O modelo cross docking, nesse e em outros casos do setor alimentício, é um pilar para uma logística bem-sucedida.
A implementação do cross docking demanda um alto nível de coordenação entre fornecedores e transportadores, embora sua operação em si não seja algo complexo.
Uma operação verdadeiramente cross docking, por outro lado, é uma grande operação para simplificar ao máximo a logística de entregas e diminuir custos para a empresa.
É isso, chegamos ao final.
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